quarta-feira, 30 de maio de 2007

Usando Scribus+MySQL

Quero buscar meus artigos de sites internet e publicar em papel. Com a evolução das ferramentas de código aberto, é possível hoje o casamento entre um Content Management System (CMS) -- como WordPress ou Joomla -- e um Desktop Publisher como Scribus, através de banco de dados MySQL. Estou estudando e desenvolvendo projetos nesta área. Aqui relato como venho fazendo.

  1. Baixei e instalei o Scribus.
  2. Baixei os arquivos do MySQLdb, o módulos Python 2.4 para acessar MySQL.
  3. Descomprimi dentro desta pasta do Scribus: \lib\site-packages\.
  4. Pronto. Reiniciei o Scribus para acessar banco de dados do WordPress ou de qualquer outro gerenciador de conteúdo ou blog.
O arranjo ainda está sendo testado. Mas, dando certo, permitirá que scripts automatizados diagramem grosseiramente as páginas de jornais. Todo o trabalho chato será feito por scripts. Depois, os diagramadores farão pequenos ou grandes ajustes nas páginas.

Carregando o módulo para acessar MySQL

Se as instalações estiverem corretas, é possível controlar o banco de dados pelo console do Scripter Scribus, que nada mais é do que um console Python. Abri o console pelo menu "Script > Mostrar console". Digitei o código:

Import MySQLdb

E usei a tecla F9 pra rodar este pedaço de programa. Não houve mensagem de erro, mas sei que tudo correu bem porque não aconteceu nada na tela de retorno do console Python. O que indica que foram carregadas sem problemas as bibliotecas para o Python acessar o MySQL.

Para receber mais informações sobre o módulo MySQLdb, digitei help("MySQLdb"), selecionei só este trecho e usei a tecla F9. O interpretador Python executou somente este trecho selecionado. No caso, o comando help listou a documentação completa do módulo.

Usando o MySQLdb

Eu tenho um servidor WAMP rodando com um "espelho" do meu site com Moodle, WordPress, osCommerce. Portanto, tenho um banco de dados MySQL com a cópia do conteúdo de meu site. Eu posso acessar esse banco de dados e editá-lo pelo OpenOffice Base. Ou posso acessar pelo Scribus e usar o texto para diagramar o jornal de papel. Isso é feito através da linguagem script do Scribus.

Uso código Python como este:

db=MySQLdb.connect(host="localhost", user="root", passwd="********", db="wordpress_database")
cursor=db.cursor()
cursor.execute("select * from wp_posts")

# Pega o total de linhas da tabela
numrows = int(cursor.rowcount)

# Pega e mostra uma linha por vez
for x in range(0,numrows):
  row = cursor.fetchone()
  print row[0], "-->", row[1]

Isto imprimiu duas colunas de números no console. Não serviu para nada, apenas para eu ver que funciona a conexão Scribus-MySQL.

Então, vi que um script Scribus pode acessar um banco de dados MySQL e pegar material, textos, links de imagens, e montar páginas "sozinho"! Pode até gerar o PDF.

Agora, todo um mundo novo à frente!

Eu já imagino um sistema editorial montados em um CMS que já é o próprio site do veículo. O diagramador faz uma consulta no Scribus, e o script já puxa as matérias e entrega pré-diagramadas. Cada página é montada on the fly apenas para visualização ou é montada definitivamente, depois que esgotou o prazo de fechamento.

O departamento comercial de um veículo pode usar um blog para recepção de anúncios destacados e classificados. Scripts da diagramação lêem as informações de anúncios diretamente do banco de dados do comercial. Tudo em tempo real.

Bibliografia

  1. Python Database modules.
  2. Database Programming in Python: Accessing MySQL

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Junções, os links simbólicos do Windows

Um dos melhores recursos dos ambientes unix são os links simbóicos, ou atalhos que você cria para significar um outro arquivo ou diretório (pasta). O atalho vale como o arquivo original. Tudo o que ficê fizer no link simbólico está fazendo no arquivo original. No entanto, quando você apaga o link simbólico, o arquivo original não é apagado. No sistema operacional Windows 2000 em diante existe o link simbólico, mas não há ferramentas para criá-lo. Então um hacker Windows desenvolveu sua própria: junction. Depois, o hacker foi contratado pela própria Microsoft, o que explica o programinha estar no site da Chuck Norris da informática.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Todos os aeroportos do mundo no Google Earth

Pode ser útil pra quem precisa de informações aeronáuticas. Especialmente útil ao departamento de infográficos, pois permite fazer ótimos mashups.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O laptop de 12 gigabytes

Perdido no meio das novidades semanais de Walter Bender (newsletter OLPC News,  2007-05-19), um detalhe volumoso:

Pierre Ossman tells us that an 8GB SD card worked on his XO, so now we know that we support 8G+ cards. Pierre also has a patch to significantly increase the speed of SD on our hardware.

Então o laptop XO aceita cartão de memória SD de 8 gigabytes. Com as rotinas de compactação de dados do XO, essa capacidade pode chegar fácil aos 12 ou 13 gigabytes.

O cartão SD é o sucessor dos disquetes no transporte de dados. Agora, pode se tornar o substituto do HD. Sua velocidade de acesso é um pouco menor do que um HD rotativo atual. Se aproxima da velocidade de um HD de 5.400 rpm.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Matéria sobre UCA/OLPC esqueçe do LEC

Alerta do Google de notícias sobre: olpc

Laptop na escola ainda gera polêmica
A Tarde On Line - Salvador,BA,Brazil
... de São Paulo (USP) analisam três laptops de fabricantes diferentes: Classmate, da Intel, XO, da OLPC (One Laptop Per Child) e Mobilis, da Encore. ...

O veículo A Tarde esqueceu a parte mais importante do projeto UCA: o trabalho do Laboratório de Estudos Cognitivos da Ufrgs . Com o devido respeito ao trabalho dos outros pesquisadores, é o LEC que definirá os aspectos pedagógicos do projeto. Os outros laboratórios têm uma ênfase na tecnologia, não na pedagogia.

Interessantemente, o LEC também estava sendo esquecido pelo próprio grupo do governo. Só depois de muitos meses de UCA é que o trabalho do pessoal da profa. Léa Fagundes foi incluido no UCA por sugestão do próprio David Cavallo, em função do trabalho de muitos anos próximo ao pessoal do MIT.

O LEC e as experiências na escola Luciana de Abreu é que definirão os rumos da educação "um-por-um" no Brasil e no mundo. Essa é minha opinião. Quando eu disse isso diretamente ao pessoal do LEC e da escola, eles riram muito e negaram, modestamente. Mas o LEC é o grupo que que tem o trabalho mais avançado em pesquisas casando novas tecnologias com novas pedagogias, dentro do espírito MIT que deu origem ao OLPC.

Em entrevista com professores da Luciana de Abreu (estamos editando o vídeo para divulgar em breve), já vimos que a escola está preparada para levar adiante o projeto como replicadora. Professores aprendem e usar a maquininha em pouco tempo, e já estão adiantados em criação de atividades curriculares usando a tecnologia móvel.

Finalmente, no final da matéria d'A Tarde, uma palhinha da visão educativa da Intel:

Na opinião do presidente da Intel Brasil, Oscar Clarke, para que o computador faça o papel do livro na sala de aula, é preciso uma reestruturação no modelo pedagógico das instituições públicas. "Os professores devem planejar as aulas com antecedência, tendo ciência dos sites que serão acessados".

Computador é só para substituir livro e navegar na internet? Não sei o quanto a fala do Intel-guy foi editada pelo jornalista. Mas juntando isso outras notícias sobre a parceria Intel-Positivo, há indícios de que a fabricante de chips veja a nova pedagogia apenas como usar material didático do sistema de ensino Positivo.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Seqüestro de crianças e o laptop dos cidadãos

Comoção na Europa pelo caso da menina inglesa desaparecida em Portugal.

Esse tipo de drama poderia ser minimizado por um hipotético programa " Um Laptop por Cidadão" em que TODAS as pessoas tivessem seus laptops XO, incluindo bebês. Enquanto os pais se divertem, podem ficar monitorando os filhos através de vídeo/áudio e de software de detecção de movimento.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Nove equívocos e um acerto

Professor brasileiro Carlo Emmanoel Oliveira Ph.D., Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo de Computação Eletrônica, faz dez considerações sobre o OLPC no seu site e no OLPC News.

São interessantes, mas vejo a maioria como equivocada ou fruto de desinformação. Comento aqui conforme o número das considerações no texto original.

10. Foco. The focus of One Laptop Per Child has been completely on the technology with the goal that a new technology will change how we educate children". Equívoco. Pela milhonésima vez: o foco não é na tecnologia, é na educação, com embasamento em sólidos princípios pedagógicos. Neste momento se noticia muito tecnologia porque é a parte do projeto em desenvolvimento.

9. Visibilidade da tela (readability). Desinformação. Ele cita um estudo de 2005 com laptops convencionais.

8. Infraestrutura. Isto já está sendo tratado pelo OLPC, com baterias, painéis solares, links por satélite. O governo brasileiro já está cuidando disso.

7. Nem todo o aprendizado pode ser feito por laptops . Sim, ele tem razão.

6. Falta de conteúdo. E o que é a internet? E os livros escolares? O projeto não precisa de "conteúdo", precisa de exemplos de atividades curriculares para os professores e alunos desenvolverem suas próprias atividades. OLPC não é estofo, é processo.

5. Teclados. Ele diz que talvez precisássemos de lousas sensíveis ao toque e quadros-verdes digitais. Desinformação. O XO tem área sensível ao toque. E que tal um quadro digital enorme numa escola de Não-me-toque, interior do Rio Grande do Sul, ou num vilarejo de Uganda?

4. Escalabilidade. Ele acha que um professor não poderá interagir com 50 crianças. Ora, Sugar é pra isso mesmo. Ele também mostra sua idéia (arcaica) de educação: alunos com cliquers respondendo a testes...

3. Ergonomia. Escolas sem mesas obrigarão alunos a usarem o laptop em... bem, no lap top. Claro, capacetes com HUDs e comando manuais espaciais, tipo Minority Report, seriam uma solução melhor e mais ergonômica.

2. Problema errado. O problema real seria a qualificação de professores. Bom, que tal usar uma rede de laptops para qualificar professores em cursos a distância? Para os professores aprenderem a usar os laptops levará uma semana, com ajuda dos pequenos.

1. Comunidade de aprendizado versus individualismo norte-americano. Essa foi a número um, realmente. O OLPC é TUDO sobre aprendizado em conjunto e redes de aprendizado.

Em dez questões, ele tem razão em uma (número 7).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O Peru entrou!

Alerta do Google de notícias sobre: olpc

Peru anuncia adesão ao XO, laptop de US$100
Info Online - São Paulo,SP,Brazil
SÃO PAULO - O ministro da Educação do Peru, José Antonio Chang, anunciou que seu país fará encomendas à OLPC do XO. Chang fez o anúncio em Lima, ...

Embuta mapas no seu site

Embutir mapas do Google Maps em seu site agora ficou mais fácil. Primeiro, faça um mushup KML no Google My Maps e copie o endereço do KML. Depois, gere o código do mapa no site http://www.dr2ooo.com/tools/maps/. Cool!

NASA World Wind no XO?

Querer o Google Earth no XO seria demais (não é open source e precisa placa de vídeo 3D), mas talvez seja possível rodar o NASA World Wind, em sua versão Java. TomServo, o cara do site Earth is Square, está com vontade de fazer um applet pra isso. Será que rola, agora que o XO tem 256 mebibytes de RAM?

O mapa das comunidades online

O Orkut parece que está no lugar errado... http://xkcd.com/c256.html

Custo de energia elétrica Brasil x EUA

Energia elétrica é o "combustível" das tecnologias digitais de comunicação. Você sabia que a energia elétrica no Brasil -- o país das hidrelétricas -- custa mais de 40 centavos de real por quilowatt-hora (22 centavos de dólar) e nos EUA (New Orleans, p. ex.) custa 18 centavos de real (10 centavos de dólar) o kW-h? A paridade do poder de compra (PPC) do Brasil é de cerca de 1,6. Esses 22 centavos de dólar por kilowatt-hora equivalem a 35 dólares nos EUA. Ou seja: nossa energia elétrica é três vezes mais cara que a dos Estados Unidos.

sábado, 5 de maio de 2007

Olhem o hyperlinking que o NYT implementou!

Cliquem duas vezes em qualquer palavra de matérias do The New York Times, e vejam o que acontece: abre uma janela do Answers.com com a definição da palavra.

Simples, óbvio, prático. A coisa mais legal que já vi implementarem na Web em toda a década!

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nome: "José Antonio Meira da Rocha"  tratamento: "Prof. MS."
atividade: "Pesquisa e aprendizado em mídias digitais"
googletalk: email: MSN: joseantoniorocha@gmail.com
ICQ: 658222 Skype: "meiradarocha_jor"
veículos: [ http://meiradarocha.jor.br http://olpcitizen.blogspot.com ]

sexta-feira, 4 de maio de 2007